Em torno de cem servidores do Município de Pelotas se manifestaram na manhã desta quarta-feira (7) em frente à Câmara de Vereadores. O turno foi de paralisação da categoria em busca de diálogo com a Prefeitura em torno da data-base. O movimento em frente ao Legislativo buscava sensibilizar os parlamentares, e acabou com resultados positivos. Após falas de lideranças do Sindicato dos Municipários (Simp), um grupo de dez representantes da categoria foi recebido pelos vereadores dentro da Câmara para uma reunião que durou mais de uma hora. Enquanto isso, servidores lotaram o Plenário da Casa aguardando o resultado do encontro.

“Nós temos três itens carros-chefe. O primeiro, o mais importante, que nenhum trabalhador da Prefeitura continue ganhando R$ 769 de salário-base. Que um trabalhador de Pelotas ganhe, no mínimo, o salário de R$ 1.330, porque é um absurdo 70% da categoria ganhar R$ 769”, disse o vice-presidente do Simp, Tiago Botelho, que também citou a valorização do vale-alimentação e o reajuste de 15,96% diante das perdas inflacionárias.

Na reunião, servidores de diversos setores, como saúde, educação e Guarda Municipal, detalharam aos parlamentares os desafios enfrentados pelos trabalhadores e, dentre as 22 pautas determinadas em assembleia no mês passado, foi destacada a necessidade de promover um aumento real no salário de quem recebe abaixo do salário mínimo e necessita complementos para chegar ao piso nacional.

O encontro teve resultados positivos. Aguardando há mais de um mês por uma resposta da Prefeitura, o Executivo havia marcado uma reunião com representantes do sindicato para o dia 16, sexta-feira. Essa data levantava o temor de que, caso saia um acordo entre os trabalhadores e o Município, os reajustes só venham a ser recebidos em agosto.

Na reunião, o vereador Jurandir Silva (PSOL) sugeriu que a Câmara se aproximasse do diálogo entre Executivo e Simp, além de que a reunião fosse adiantada. O líder do governo na Câmara, vereador Marcos Ferreira, o Marcola (UB), em diálogo com a Prefeitura, afirmou que a reunião será adiantada para a quarta-feira, dia 14.

A conversa com os vereadores também simbolizou uma aproximação e abertura de diálogo entre o sindicato e o Legislativo, com o compromisso dos vereadores de ajudar os municipários e buscar um consenso com o Poder Executivo em torno das demandas. Uma possibilidade na tentativa de pressionar a Prefeitura a dar uma resposta ágil ao Simp é trancar a pauta na Câmara, impedindo que projetos encaminhados pelo Município avancem antes da negociação com o sindicato acontecer. “Acho que há consenso entre os vereadores aqui. Nós temos algumas mensagens do governo, que a gente pode esperar, ao menos para ter esse retorno. A gente deixa a votação parada”, sugeriu o presidente da Casa, Cesar Brisolara, o Cesinha (PSB).